Dez. 02. 2025
Este ano o Centro PINUS consolida uma década de recolha e divulgação sistemática dos dados que retratam a Fileira do Pinho nacional, abrangendo os setores florestal e industrial.
A edição mais recente dos "Indicadores da Fileira do Pinho" destaca a vitalidade e capacidade de adaptação do sector, apesar dos persistentes desafios e constrangimentos estruturais na disponibilidade do recurso florestal de base.
Em 2024, a produção industrial registou um crescimento expressivo, com destaque para o aumento de 28% na produção de papel de embalagem e 10% na madeira serrada.
O consumo de madeira de pinho subiu 3% face a 2023, impulsionado principalmente pelo crescimento dos sectores de serração e papel kraftliner.
O défice de madeira de pinho mantém-se elevado, estimado em 48% do consumo industrial. Para colmatar essa necessidade, as empresas da Fileira do Pinho investem estrategicamente na economia circular, com crescente incorporação de materiais reciclados e valorização de subprodutos. Essa dinâmica acompanha a evolução positiva dos indicadores de reciclagem, que registaram aumentos de 6% nos resíduos de madeira e 34% no papel e cartão.
Em 2024, o número de unidades de primeira transformação de madeira reduziu para 294 empresas. No subsetor da resina, o número de empresas de 1.ª e 2.ª transformação manteve-se estável, enquanto aumentou o número de operadores registados na extração. Importa ainda destacar a perda de 63 mil hectares de área resinada de pinheiro-bravo desde 2005, conforme dados do Inventário Florestal Nacional relativos a 2015 (IFN6).
O preço médio de aquisição de madeira de pinheiro-bravo em pé nas hastas públicas do ICNF situou-se em 43 €/m3, refletindo uma diminuição de 24% face a 2023. O preço médio da resina nacional à entrada da fábrica também diminuiu cerca de 6%, fixando-se em 1,26€/Kg.
Nos indicadores que refletem a diversificação e importância socioeconómica da Fileira, a tendência é de continuidade, situando-se o número de empregos em 61.085 (+1%) e 8 536 empresas. A Fileira do Pinho continua a representar 80% dos postos de trabalho e 89% das empresas no universo das indústrias florestais.
Já nos indicadores florestais, salienta-se o aumento significativo na certificação de plantas de pinheiro-bravo com 10,8 milhões certificadas na campanha 2023/2024, sinal de uma forte dinâmica de (re)arborização.
Contudo, persiste a concentração regional do investimento público, com 47% do financiamento contratualizado das “operações florestais” do PDR2020 alocado a apenas três regiões a sul do Tejo, o que levanta sérias dúvidas sobre a sua eficácia enquanto motor da gestão florestal em todo o território
De salientar também que, em 2024, existiam 421 unidades de Gestão Agrupada, representando uma área aproximada de 2,4 milhões de hectares (+3%). 20% da área nacional de pinheiro-bravo encontrava-se em ZIF, correspondendo a 141 mil hectares.
Os Indicadores da Fileira do Pinho reúnem anualmente informação sobre a produção florestal, a cadeia de valor e os principais produtos e bens que dependem do pinheiro-bravo, bem como a sua representatividade económica.
Leia aqui a publicação relativa a 2024 e tenha acesso às edições anteriores neste link.